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Anta Gorda celebra restauro da centenária Casa Martelli

Na última sexta-feira, 17, Anta Gorda viveu um momento histórico com a reabertura da Casa Martelli, uma construção centenária que foi totalmente restaurada e agora se prepara para abrigar o Memorial do Leite, espaço dedicado à memória da produção leiteira e à valorização da cultura local.

O evento de celebração contou com o seminário “Patrimonialização Cultural Imaterial do Queijo Colonial”, reunindo pesquisadores e convidados que destacaram a importância das tradições rurais e do queijo artesanal gaúcho. Entre os palestrantes, estiveram a pesquisadora Bruna Bresolin e o historiador italiano Ettore Beggiato, que ressaltou os laços culturais entre o Vêneto e as colônias do Rio Grande do Sul.

Construída por Alexio Angelo Martelli e Elisabetta Da Ré na década de 1910, a casa possui 334 m² e faz parte da rota turística Caminho dos Moinhos. O projeto de restauração, assinado pelo arquiteto Marcello Ferraz, incluiu recuperação estrutural, pintura original e reconstrução de áreas comprometidas. A obra teve financiamento por leis de incentivo à cultura e apoio de empresas da região.

Com a restauração concluída, o local passará a receber visitantes, exposições e atividades educativas ligadas à história do leite e das famílias produtoras. Segundo Sediane Dall’Agnol Roman, presidente da Associação dos Amigos dos Moinhos, “preservar é dar continuidade à vida — a memória respira nas paredes e nas histórias que resistem ao tempo”.

Para o empresário Jairo Casagranda, proprietário da área, o resultado é motivo de orgulho: “Não restauramos apenas uma casa, mas parte da nossa história.” O Memorial do Leite marca um novo capítulo para Anta Gorda, unindo turismo, cultura e preservação das raízes que moldaram o desenvolvimento do município.

História de uma centenária
Na década de 1910, o casal Alexio Angelo Martelli e Elisabetta Da Ré deixou Faria Lemos, em Bento Gonçalves, e percorreu longos quilômetros até chegar a Linha Viena, no interior de Anta Gorda. Foi ali que ergueram, com as próprias mãos e o conhecimento trazido da terra natal, a casa que se tornaria um dos marcos da colonização italiana na região.

A Casa Martelli, como ficou conhecida, foi construída com materiais de alta durabilidade: madeira de canjerana, tijolos de barro e alicerces de pedra cuidadosamente talhada para abrigar o casal e seus nove filhos. Mesmo após deixar de ser habitada, a estrutura permaneceu imponente. Suas paredes firmes e o telhado de linhas simples continuaram a despertar a atenção da comunidade, resistindo ao tempo no alto de seus 9,74 metros de altura e 334 m² de área.

Fotos: Divulgação


20/10/2025 - 17:19

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