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Alguns jogos da Copa 2022 são carregados de contexto político

Além do que acontece dentro das quatro linhas, há outro aspecto que costuma ser muito legal de acompanhar na Copa do Mundo: os países em disputa apesar das diferenças culturais e do contexto político atribulado.

Muitas seleções que competem no Mundial têm tensões e rivalidades históricas que tornam as partidas – e os bastidores – muito mais emocionantes. Selecionamos cinco partidas com um geopolítico interessante para acompanhar neste Mundial.

Na década de 1950, os EUA (e outros países ocidentais) começaram a dar opinião na política interna do Irã. O motivo? Petróleo. À época, Washington apoiava e sustentava o xá (rei) iraniano em troca de acordos para o combustível e influência no Oriente Médio.

É óbvio que isso ia acabar mal. Não por acaso, os iranianos são um povo orgulhoso: é ali que nasceu o Império Persa, um dos primeiros estados-nação que se tem registro na humanidade. Por isso, a “influência” norte-americana não agradava em nada boa parte da população.

A consequência é que, em 1979, uma revolução liderada pelo islamismo derrubou o xá apoiado pelos EUA. Ele foi substituído pelo aiatolá Khomeini, um clérigo xiita que apoia as correntes mais ortodoxas do Islã.

Na década de 1950, os EUA (e outros países ocidentais) começaram a dar opinião na política interna do Irã. O motivo? Petróleo. À época, Washington apoiava e sustentava o xá (rei) iraniano em troca de acordos para o combustível e influência no Oriente Médio.

É óbvio que isso ia acabar mal. Não por acaso, os iranianos são um povo orgulhoso: é ali que nasceu o Império Persa, um dos primeiros estados-nação que se tem registro na humanidade. Por isso, a “influência” norte-americana não agradava em nada boa parte da população.

A consequência é que, em 1979, uma revolução liderada pelo islamismo derrubou o xá apoiado pelos EUA. Ele foi substituído pelo aiatolá Khomeini, um clérigo xiita que apoia as correntes mais ortodoxas do Islã.

Desde então, EUA e Irã são inimigos. Washington lançou um pacote enorme de sanções contra Teerã e isolou os iranianos de boa parte do mundo. Para o Irã, os EUA são o “Grande Satã”, e violam a soberania do país.

Para os EUA (e, por tabela, boa parte do mundo), o Irã desrespeita direitos humanos, patrocina o terrorismo e constrói armas nucleares secretamente. Por coincidência do destino, os dois caíram na mesma chave e duelam na Copa do Mundo em 2022 já na primeira fase.

– o que está em jogo, aqui, são as diferenças culturais ideológicas.

Tudo começa pelo liberalismo da Holanda. Em 2000, o país regulamentou a prostituição e, em 2009, liberou a venda e consumo de maconha, por exemplo. Além disso, é sede do Tribunal Penal Internacional, também conhecido como Tribunal de Haia, órgão que julga crimes contra a humanidade e de direitos humanos. O Catar, por sua vez, vem de uma cultura bem diferente – quase oposta. O país muçulmano tem um histórico conturbado no tratamento dado a trabalhadores migrantes, proíbe a homossexualidade e mantém a lei da tutela masculina às mulheres.

Este é um cenário possível – embora improvável – para as quartas de final. Se acontecer, será um jogo épico entre duas nações rivais, em todos os sentidos da palavra. Tudo começa nas diferenças religiosas: no Oriente Médio, o Islã se divide entre xiita e sunita.

Os sunitas representam 85% dos muçulmanos no mundo, enquanto os xiitas chegam a 15%. O Irã, porém, é dominado pelos xiitas, enquanto a Arábia Saudita possui mais sunitas. Por isso, os conflitos são constantes e as diferenças religiosas sempre respingam na política e cultura dos países vizinhos.

Tem outra questão: tanto Irã quanto Arábia Saudita são exportadores de petróleo – e, por isso, rivais econômicos. Também é comum que escolham lados opostos nas disputas globais: enquanto a Arábia Saudita apoia os EUA, o Irã apoia a Rússia e a China.

O clima regional é sempre tenso: os iranianos têm um exército maior, mas os sauditas têm muito dinheiro e os EUA como aliado militar importante. Por isso, os países dificilmente entrarão em disputas diretas um contra o outro – o mais comum é que se enfrentem em guerras por procuração, como no Iêmen e Síria. E, talvez, na Copa do Mundo.

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